Vereadores e promotor de justiça debatem ausência escolar durante a pandemia da Covid-19

por Dirceu Portugal publicado 29/06/2021 21h58, última modificação 29/06/2021 21h58

Por cerca de uma hora, o promotor de justiça da Vara da Infância e Juventude, Luciano Matheus Rahal e os vereadores de Campo Mourão, debateram os problemas causados por conta da ausência dos alunos nas escolas, devido à pandemia do Covid-19. Durante a reunião no plenário do Legislativo, os parlamentares também discutiram o retorno das aulas presenciais na rede municipal de ensino.

“Tivemos um decreto fechando o comércio por dois dias ou mais, o que gerou uma reação da sociedade. Já a escola fechada por mais de um ano, não houve a mesma reação da sociedade. Com as escolas fechadas tivemos um aumento da explosão social. O público mais vulnerável, de modo geral, não está tendo um aproveitamento mínimo aceitável das atividades não presenciais, mesmo com toda a dedicação e esforço do professor. Isso é uma constatação na prática e não é somente um problema de questão pedagógica. Os estudos estão apontando pelo menos 10 anos para recuperar essa perda. Essa geração será marcada por um déficit de aprendizado”, comentou Rahal.

Conforme ele, o objetivo da reunião é chamar a atenção para esses reflexos indiretos por conta das escolas fechadas. “Estamos presenciando mercados, lanchonetes, bares, clubes entre outros, abertos, e as escolas fechadas. A empatia diante dessa situação é assustador. Está se aguardando um momento mágico para o retorno das aulas hibridas e esse momento nunca chega. Num primeiro momento de lockdown se fecha tudo, depois se abre o comércio e por último, a escola. Quando a escola está prestes ao retorno, os índices pioram. Acreditamos que deve ser dada prioridade para a escola, no combate a pandemia”.

Rahal comentou ainda que além da questão da violência contra a criança e ao adolescente, que acontece dentro do lar, também há o problema do abandono escolar, com a pandemia. “Precisamos debater mais intensamente nesta Casa de Leis esses assuntos”, disse.   

Para o presidente da Câmara, o retorno das aulas, é um assunto preocupante na Câmara. “Também estamos preocupados com a Educação dos nossos alunos e por conta disso, estamos buscando alternativas para levar novamente as crianças para interior da escola”.

O vereador, Edilson Martins sugeriu uma nova pesquisa com os pais para um retorno das aulas presenciais. “Existe um buraco entre o ensino remoto e o presencial, seja no sistema público ou presencial”.

De autoria dos vereadores Marcio Berbet e Edilson Martins, o projeto de Lei 38/2021, que estabelece como essenciais os serviços e as atividades educacionais em Campo Mourão, está tramitando pelas Comissões Permanentes. “Contamos com a ajuda de todos os parlamentares, e essa explanação do promotor nos trouxe mais luz para continuarmos debatendo essa questão importante que é a Educação”, lembrou Berbet.

O vereador Bina defendeu o retorno com segurança. “Somos favoráveis ao retorno das aulas com segurança. Esse retorno dos alunos as salas de aula é muito importante”.

O parlamentar Paulo Pilate, lembrou que os vereadores estão buscando caminhos para o retorno seguro. “As contaminações podem ocorrer dentro de um bar, dentro de uma lanchonete, entre outros, mas quando os protocolos são seguidos, as chances de contágio são mínimas. Vamos buscar as melhores alternativas para o retorno hibrido”.

A vereadora Naiany Hruschka Salvadori, defendeu o uso de dados para tomada de decisões. “Qualquer decisão deve acontecer baseada em dados. Se as escolas particulares conseguiram retornar, acredito que as escolas públicas também irão conseguir esse retorno com segurança”.